quinta-feira, 26 de julho de 2012

CIRANDAS DA VIDA: DIALOGISMO E ARTE NA GESTÃO EM SAÚDE

Enviado por Cirandas da Vida, qui, 28/05/2009 - 12:01
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O projeto Cirandas da Vida se inclui entre os premiados da última edição do Prêmio Sérgio Arouca de Gestão Participativa no SUS, cujo seminário de apresentação dos trabalhos premiados aconteceu nos dias 12 e 13 de Maio de 2009, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, na Capital Federal, evento que fez parte da programação do XXV Congresso Nacional do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de saúde). Desde o seu lançamento, em 2005, o Prêmio se constitui em importante estratégia de reconhecimento de experiências exitosas e da produção acadêmica sobre o tema Gestão Participativa.
O Prêmio homenageia o sanitarista Sergio Arouca, uma das maiores lideranças do Movimento da Reforma Sanitária, coordenador da histórica 8ª Conferência Nacional de Saúde e o primeiro titular da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Em 2008 o Prêmio se revestiu de significativa importância, pois integrou a agenda oficial de comemorações dos 20 anos do SUS. Dos trinta e um trabalhos premiados constam, quatro de Fortaleza, um de Sobral, um de Canindé e foram certificados na solenidade de abertura do XXV CONASEMS, que contou com as presenças do Ministro de Estado da Saúde José Gomes Temporão, da Prefeita de Fortaleza Luiziane Lins, representando a Frente Nacional de Prefeitos, do Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Dr. Antonio Alves e do Secretário de Saúde de Fortaleza Dr. Alexandre José Mont’Alverne, entre outras autoridades. O Projeto Cirandas da Vida esteve representado pelo atual coordenador Elias José da Silva, Co-autor do trabalho “Cirandas da Vida: Dialogismo e Arte na Gestão em Saúde”, que tem como autora principal Vera Lúcia de Azevedo Dantas.
A Prefeita de Fortaleza, Luiziane Lins compôs a mesa principal do evento ao lado do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em seu discurso, além de destacar a importância do CONASEMS na discussão da saúde brasileira e de reforçar a posição da Frente Nacional de Prefeitos sobre a regulamentação da Emenda 29, que estabelece a aplicação de percentuais mínimos a serem investidos pelos governos federal, estaduais e municipais na saúde, a Prefeita destacou a importância dos trabalhos premiados fazendo menção aos trabalhos de Fortaleza, Canindé e Sobral.

Premio Sérgio Arouca é uma iniciativa da SGEP – Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do MS, que tem à frente o Dr. Antonio Alves.
VEJA A SEGUIR TEXTO DE INTRODUÇÃO AO TRABALHO: CIRANDAS DA VIDA - DIALOGISMO E ARTE NA GESTÃO EM SAÚDE.

AUTORES:
VERA LÚCIA DE AZEVEDO DANTAS
ANGELA MARIA BESSA LINHARES
LUIZ ODORICO MONTEIRO DE ANDRADE
ELISABETH VIEIRA DA SILVA BEZERRA
ELIAS JOSÉ DA SILVA
FRANCISCO MARCIO FIRMIANO DA SILVA
JOÃO SOARES DA SILVA FILHO
THYAGO PORTO DE CASTRO
RAIMUNDO FÉLIX DE LIMA
MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA
FRANCISCO JOSENILDO FERREIRA DO NASCIMENTO
MAYANA DE AZEVEDO DANTAS
ELIANE EVANGELISTA AMARAL
ANDERSANYA SILVA BATISTA
TARCIZIO WENDER AMARAL MONTEIRO
REJANE OLIVEIRA LIMA
NIVIA PAULA NOBRE CAVALCANTE
MARIA EDILENE NASCIMENTO DA SILVA

A EDUCAÇÃO POPULAR E O CAMPO DA SAÚDE: ENCONTROS POSSÍVEIS SOB A ÓTICA DA PROMOÇÃO E DA GESTÃO POPULAR
A saúde coletiva insere-se em uma realidade social complexa, por isso deve ser pensada como um campo interdisciplinar, articulado a uma totalidade social. Nesse sentido, é fundamental compreendermos a importância de construir marcos que referenciem a mudança das práticas de saúde, de forma a contemplar sua historicidade mediante espaços dialógicos de interlocução entre saberes e práticas ampliando as perspectivas de atuação e reflexão sobre a realidade sob a ótica da integralidade.
Podemos pensar a saúde coletiva, portanto, no contexto da produção de um processo emancipatório dos sujeitos sociais, para dar conta da complexa realidade dos serviços públicos de saúde e do diálogo que devem estabelecer com os movimentos sociais. Situamos, assim, inicialmente, a educação popular e saúde como um braço do movimento popular na luta pelo direito à saúde.
A articulação entre saúde e doença, nesse contexto, faz-se com base na concepção de saúde como processo de conquistas sociais amplas, que incorpora aspectos das subjetividades, no caminho de exercer-se como direito, percebendo tratar-se da produção da vida coletiva que se tece, porém, no traçado singular das culturas.
As políticas de saúde, no Brasil, têm passado por mudanças significativas nos últimos vinte anos, que refletem as conquistas populares no sentido da democratização dos serviços e do acesso da população aos processos decisórios. O SUS é emblemático dessas mudanças, no entanto, é preciso percebê-lo como um projeto social em construção.
Segundo OLIVEIRA (1994), vivenciamos no Brasil um movimento em que a sociedade busca redefinir e redesenhar o Estado a partir de uma ampla conjugação de variadas forças, onde as classes populares tentam a criação de uma sociedade política que se erga com novos parâmetros de justiça social.
Pensar o SUS sob a ótica da integralidade e da humanização significa situar os cidadãos como centro da organização das práticas de saúde, a serem pautadas nos desejos e necessidades da população.
Em que pese os extensos e graves desafios que permanecem, é possível vislumbrar cenários onde as ações de saúde estejam voltadas para o enfrentamento dos seus condicionantes, possibilitando encontros entre profissionais, gestores e população.
Espera-se que estes encontros sistemáticos (práxis formativa) fortaleçam a formação política dos sujeitos populares, atores sociais capazes de “vir-a-ser-mais” (FREIRE, 1999) e de produzirem novos saberes que contribuam para a inclusão social e a promoção da vida.
Ao refletirmos sobre a gestão do trabalho não podemos nos distanciar das lutas que historicamente foram travadas pela conquista do direito à saúde e que configuraram o SUS.
O controle social no SUS, representado pelos conselhos de saúde, institui-se enquanto política, mas é na tensão permanente entre a sociedade organizada e as esferas de governo que novos direitos constituem-se e fazem-se valer aqueles já instituídos.
CAMPOS (2006) chama atenção para a necessidade de estruturação de arranjos organizacionais que facilitem e mesmo estimulem a construção de vínculos, a longitudinalidade, a responsabilização clínica ou sanitária entre gestores, trabalhadores e usuários. Esses mecanismos teriam como principal objetivo potencializar a democratização das organizações de saúde apontando para a possibilidade de co-gestão da saúde coletiva e da clínica.
Pensar processos que apontem para a co-gestão dos diversos espaços institucionais no campo da saúde coletiva pressupõe reconhecer os cenários de disputa, micro-poderes e as diferentes concepções de saúde que constituíram as práticas nesses espaços. Também pressupõe o reconhecimento dos diversos atores como sujeitos - protagonistas dessas práticas e a necessidade de potencializar a autonomia desses diversos sujeitos, possibilitando a construção de diálogos e escutas sob a ótica da saúde como direito dos cidadãos e cidadãs.
Nesse sentido, o fortalecimento de espaços de gestão participativa no SUS, implica no envolvimento da população na construção das políticas de saúde e no compromisso com a autonomia das pessoas ampliando os espaços públicos para o exercício do diálogo e das pactuações, respeitando as diferenças.
Essas reflexões nos levam a alguns questionamentos iniciais para orientar a discussão:
Como pensar caminhos no campo da saúde coletiva, onde gestores, profissionais e população possam interagir e descobrir juntos, formas coletivas de aprendizagem e investigação?
Como construir a problematização da realidade complexa do nosso cotidiano de trabalho numa perspectiva transformadora da realidade?
Como efetivamente promover a inclusão popular nos espaços de gestão e na construção do processo de trabalho em saúde?
MERHY (2005) fala sobre o trabalho em saúde como trabalho vivo em ato cujo objeto não é plenamente estruturado, possibilitando certo grau de liberdade na forma de realizá–lo, incluindo subjetividades a partir de tecnologias leves implicadas com a produção de relações entre os vários sujeitos envolvidos: os profissionais, os gestores e a população.
Neste contexto, a educação popular oferece um instrumental teórico fundamental para o desenvolvimento dessas novas relações, "através da ênfase ao diálogo, a valorização do saber popular e a busca de inserção na dinâmica local" (VASCONCELOS, 2001, p.14), tendo a identidade cultural como base da ação educativa, e compreendendo que o "respeito ao saber popular implica necessariamente o respeito ao contexto cultural" (FREIRE, 1999, p. 86).
A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza adotou a Estratégia Saúde da Família como estruturante da rede de serviços de saúde do SUS no município buscando a ampliação efetiva da cobertura assistencial. Nesse percurso tem se orientado por critérios de avaliação de risco e vulnerabilidade nos diversos territórios da cidade, como estratégia de priorização na ampliação do acesso aos serviços. Ao mesmo tempo tem buscado construir um desenho organizativo e uma proposta de gestão que potencialize a efetiva participação dos diversos atores institucionais, na tentativa de constituir espaços coletivos para análise das informações e tomada das decisões.
CAMPOS (2006) ampliam este auditório social, propondo, inclusive, a importância de fazer comportar, nestes espaços, além dos gestores e trabalhadores do campo da saúde, a sociedade civil, os cidadãos e seus familiares.
No âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, um desses arranjos foi a organização de rodas de gestão no âmbito regional e local e das diversas redes assistenciais de saúde. Nessa perspectiva caberia interrogar: que pontos de ruptura e que dificuldades estes novos desenhos de participação e organização dos serviços evidenciam? Em que medida as rodas de gestão constituídas nas diversas redes assistenciais da saúde em Fortaleza, promovem a inclusão dos atores populares?
Segundo relatório de gestão da SMS o enfrentamento dos desafios presentes no campo da gestão e da atenção, “requerem a implementação de uma política de educação para o SUS” que potencialize a mudança do modelo médico-assistencial e qualifique o processo de gestão participativa e democrática (SMS Fortaleza, 2006). Neste contexto, a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza adota como política estruturante de organização e de gestão do serviço, o Sistema Municipal de Saúde-Escola - SMSE.
A idéia força que orienta o Sistema Municipal de Saúde Escola é potencializar a reorientação do modelo assistencial, propiciando mudanças qualitativas no processo de trabalho em saúde, contextualizadas em uma vivência educacional que tem como protagonistas: gestores, trabalhadores da saúde, instituições formadoras e as diferentes representações dos movimentos sociais e populares. O SMSE nasce com o intuito de fortalecer e consolidar a estratégia da Educação Permanente no município de Fortaleza, em dezembro de 2006, através da Portaria 160/2006, publicada no DOM de 04/01/07. É importante frisar que este se articula aos movimentos que hoje pautam as discussões sobre a Educação Permanente em Saúde e às instituições formadoras no Estado.
As Cirandas da Vida surgem por iniciativa de atores e atrizes vinculados a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde – ANEPS e inserem-se no contexto do Sistema Municipal Saúde Escola – SMSE (ANDRADE, 2006) – objetivando a inclusão da educação popular nas ações educativas deste sistema a partir da dialogicidade, da problematização, da criatividade e essencialmente do "saber-de-experiência-feito” (FREIRE, 1999) dos diversos sujeitos implicados, na perspectiva de construção da autonomia.

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domingo, 15 de julho de 2012

Drogas: política de redução de danos (Parte 1 de 5)

ARTE-EDUCAÇÃO E CULTURA COMO POLÍTICA DE REDUÇÃO DE DANOS

FACULDADE DO VALE DO JAGUARIBE - FVJ
CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTE-EDUCAÇÃO E CULTURA NA ESCOLA
PROFESSORA: Ms. RANE MARTINS

UM NOVO OLHAR SOBRE OS USUÁRIOS DE DROGAS: HUMANIZÁ-´LOS ATRAVÉS DAS ARTES


A Psicóloga  Rane Martins que trabalha com os Caps de Fortaleza  nos fala que em 2002 o Governo Federal lançou um programa chamado Políticas de Redução de Danos. Em que a proposta dos CAPs na cidade de Fortaleza é trabalhar com a redução das drogas, mas primeiro deve-se resgatar a identidade, e tornar este cidadão mais humano. Mas é preciso que este cidadão tenha co-responsabilidade pelo o seu porocesso de recuperação.Segundo ela " a arte é uma estratégia de redução de danos". Onde enfermeiros, médicos, artistas e demais profissionais envolvidos tem que pensar a redução de danos da droga pela droga. 

Manuel Lima


CAPS Álcool e Drogas da Prefeitura é homenageado

19 Agosto 2011


 O serviço municipal de atenção à saúde mental em Fortaleza foi homenageado durante solenidade na Assembleia Legislativa do Ceará, no último dia 8 de agosto, pelos “relevantes serviços prestados a pacientes dependentes de drogas e álcool”.Junto com os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS Álcool e Drogas da Secretaria Municipal de Saúde também receberam a comenda os representantes do Centro de Recuperação Leão de Judá;Divisão de Proteção ao Estudante, da Polícia Civil do Estado do Ceará; Pastoral da Sobriedade Regional Nordeste I-Ceará; e Instituto Volta a Vida. A homenagem foi realizada por ocasião da 1ª Conferência Estadual Crack, Oxi e Tráfico de Usuários.Além dos CAPS Álcool e Drogas, outros serviços e ações desenvolvidos na rede assistencial de saúde mental de Fortaleza já ganharam reconhecimento dentro e fora do Ceará. O Projeto Arte e Saúde e o escultor José William Crispim, usuário do CAPS Geral da Regional IV, foram vencedores em 2009 nas categorias instituição e pessoa física, respectivamente, do Concurso Público Prêmio Cultural Loucos pela Diversidade, uma iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Saúde. O Projeto Arte e Saúde vem promovendo desde 2006 a inserção social de usuários dos serviços de saúde mental de Fortaleza em trabalhos de criação e expressão artístico-cultural. O concurso premiou 55 iniciativas dentre as propostas recebidas, divididas em quatro categorias – o edital destina-se a premiar ações que integrem saúde mental e cultura e sejam desenvolvidas por instituições públicas ou privadas, organizações da sociedade, grupos artísticos ou artistas sem vínculo institucional e pessoas em sofrimento psíquico.Além dos prêmios conquistados no Concurso Loucos pela Diversidade, os avanços obtidos em Fortaleza na área de saúde mental tiveram outro importante reconhecimento em 2009. Durante a cerimônia em homenagem ao Dia Mundial da Saúde Mental (10/10), a Coordenação Nacional de Saúde Mental, do Ministério da Saúde, divulgou Menção de Reconhecimento de Experiências Exitosas de Saúde Mental e incluiu Fortaleza como o município com significativa expansão da rede de atenção psicossocial e da cobertura assistencial.O número de CAPS na capital passou de três em 2004 para os atuais 14, atendendo mais de 14 mil pessoas por mês. Hoje, existem na cidade seis CAPS Geral, seis CAPS Álcool e Drogas e dois CAPS Infantil. Com a ampliação do atendimento, o número de profissionais saltou de 54 para 472. As equipes multiprofissionais contam com médicos, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, massoterapeutas e artistas. Em 2007, a Prefeitura de Fortaleza também inaugurou uma residência terapêutica para acolher os pacientes psiquiátricos que passaram por longo período de internamento e já não possuem um lar ou laços familiares. Em 2010, foi implantado o Consultório de Rua, projeto que leva equipes volantes até as pessoas que vivem pelas ruas e fazem uso de drogas. Essas equipes multidisciplinares oferecem atendimento clínico básico e promovem o trabalho de redução dos danos causados pelo uso abusivo de drogas, além de formar vínculo do paciente com a rede de saúde.
http://www.sms.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11:caps-alcool-e-drogas-da-prefeitura-de-fortaleza-e-homenageado-na-assembleia-legislativa-&catid=1:ultimas-noticias&Itemid=156

acesso da página: 14/07/12

quinta-feira, 12 de julho de 2012

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Faculdade do Vale do Jaguaribe
Arte-Educação e Cultura, disciplina ministrada pela Drª Maria Zenilda Costa ( " Nós somos civilização, vocês não são". )